"Não podemos ter medo da solidariedade"
Papa
Francisco
Uma das maiores grandezas da
disciplina de Literaturas de Língua Portuguesa é a possibilidade que oferece aos
alunos de, e para além de poderem usufruir das obras dos vários autores de
Língua Portuguesa, darem azo à sua criatividade, interligando-se sempre com o
meio que os cerca. A palavra, a alma, o sonho, o coração e o engenho surgem,
assim, juntos e em sintonia.
Ao estudarmos o poeta brasileiro
Carlos Drummond de Andrade, as suas palavras soaram alto no nosso entendimento
e a brisa afagou-nos o olhar.
O poeta disse:
«A cada dia que vivo, mais me
convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças
que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca e que, esquivando-nos do
sofrimento, perdemos também a felicidade.»
E nós respondemos:
«As frases estão certas. O poeta tem razão. A felicidade existe. Temos de
SENTIR O CORAÇÃO!»
O movimento “Sentir o coração”, inspirado na poesia de Carlos Drummond de
Andrade, nasceu na Escola Secundária de Fafe, numa das minhas aulas de
Literaturas de Língua Portuguesa, com o objetivo de ajudar um dos alunos, que
precisava da nossa atenção e carinho.
O Nuno sorriu! A nascente brotou… e o
espírito solidário, envolto em palavras e orvalho, começou a caminhar para o
mar.
O primeiro passo foi dado com a realização de uma oficina de escrita no
Centro Social e Paroquial de Revelhe, regida pelos alunos do 12ºI, de onde
surgiram os primeiros trabalhos, e o repto para a edição do livro O Sítio Onde Moram as Cores do Arco-Íris
começou a ganhar forma.
A onda de solidariedade foi crescendo.
Aos primeiros textos e desenhos, construídos pelos meninos do Centro Social,
outros se juntaram, com a colaboração de vários autores de todas as idades. Aos
poucos, e acariciado pelas cores do amor, o livro O sítio onde moram as cores do Arco-Íris mostrou-se no horizonte.
Que lindo! Que perfume!
- O livro
está pronto. E agora? Como vamos editá-lo? - alguém suspirou.
Uma das
maiores certezas que nos acompanha é que Deus existe.
Deus escutou
as nossas preocupações e permitiu que mais pessoas se associassem ao movimento “Sentir
o coração”. A Naturgipe ofereceu-nos a sua força e outros corações ofertaram-nos
gestos, sorrisos e tempo. O pequeno regato ganhou caudal e o mar começou a
ficar mais perto.
Da venda do
livro O sítio onde moram as cores do
Arco-Íris nascerão outros livros que irão enriquecer a jovem biblioteca do
Centro Social e Paroquial de Revelhe, também ela germinada no movimento “Sentir
o Coração”.
Hoje, as
crianças já podem olhar, com mais clareza, o céu e construírem as suas
histórias com final feliz. Amanhã, o Arco-Íris continuará a mostrar as suas
cores definidas e repletas de esperança.
Obrigado!
Carlos Afonso