quinta-feira, 26 de junho de 2014

NOTA INTRODUTÓRIA AO LIVRO SOLIDÁRIO «O SÍTIO ONDE MORAM AS CORES DO ARCO-ÍRIS»


  


 "Não podemos ter medo da solidariedade"
                                                                               Papa Francisco


Uma das maiores grandezas da disciplina de Literaturas de Língua Portuguesa é a possibilidade que oferece aos alunos de, e para além de poderem usufruir das obras dos vários autores de Língua Portuguesa, darem azo à sua criatividade, interligando-se sempre com o meio que os cerca. A palavra, a alma, o sonho, o coração e o engenho surgem, assim, juntos e em sintonia.
Ao estudarmos o poeta brasileiro Carlos Drummond de Andrade, as suas palavras soaram alto no nosso entendimento e a brisa afagou-nos o olhar.
O poeta disse:
 «A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca e que, esquivando-nos do sofrimento, perdemos também a felicidade.»
E nós respondemos:
«As frases estão certas. O poeta tem razão. A felicidade existe. Temos de SENTIR O CORAÇÃO!»
O movimento “Sentir o coração”, inspirado na poesia de Carlos Drummond de Andrade, nasceu na Escola Secundária de Fafe, numa das minhas aulas de Literaturas de Língua Portuguesa, com o objetivo de ajudar um dos alunos, que precisava da nossa atenção e carinho.
O Nuno sorriu! A nascente brotou… e o espírito solidário, envolto em palavras e orvalho, começou a caminhar para o mar.
  O primeiro passo foi dado com a realização de uma oficina de escrita no Centro Social e Paroquial de Revelhe, regida pelos alunos do 12ºI, de onde surgiram os primeiros trabalhos, e o repto para a edição do livro O Sítio Onde Moram as Cores do Arco-Íris começou a ganhar forma.
A onda de solidariedade foi crescendo. Aos primeiros textos e desenhos, construídos pelos meninos do Centro Social, outros se juntaram, com a colaboração de vários autores de todas as idades. Aos poucos, e acariciado pelas cores do amor, o livro O sítio onde moram as cores do Arco-Íris mostrou-se no horizonte.
 Que lindo! Que perfume!
            - O livro está pronto. E agora? Como vamos editá-lo? - alguém suspirou.
            Uma das maiores certezas que nos acompanha é que Deus existe.
            Deus escutou as nossas preocupações e permitiu que mais pessoas se associassem ao movimento “Sentir o coração”. A Naturgipe ofereceu-nos a sua força e outros corações ofertaram-nos gestos, sorrisos e tempo. O pequeno regato ganhou caudal e o mar começou a ficar mais perto.
            Da venda do livro O sítio onde moram as cores do Arco-Íris nascerão outros livros que irão enriquecer a jovem biblioteca do Centro Social e Paroquial de Revelhe, também ela germinada no movimento “Sentir o Coração”.
            Hoje, as crianças já podem olhar, com mais clareza, o céu e construírem as suas histórias com final feliz. Amanhã, o Arco-Íris continuará a mostrar as suas cores definidas e repletas de esperança.

            Obrigado!


Carlos Afonso

Sem comentários:

Enviar um comentário