domingo, 3 de junho de 2012

Histórias de Fafe: «A Carta»




Há dois meses atrás, tive a felicidade de encontrar num dos espaços mais emblemáticos de Fafe, o Club Fafense, um casal muito simpático que me fez algumas confidências e me alertou para um ou outro pormenor que tecem as raízes culturais e históricas de Fafe. Curioso em entender o que me era narrado, prestei toda a atenção que se exigia e valeu a pena. A dada altura da nossa conversa, escutei da boca da Dona Maria Luísa Guimarães, a esposa, algo que me empolgou. Ela era detentora de uma carta original do escritor Camilo Castelo Branco, carta esta que tinha sido dirigida ao seu bisavô, o Comendador Albino de Oliveira Guimarães, um dos brasileiros mais influentes de Fafe, no Séc. XIX.

Alguns dias passaram após o nosso primeiro encontro. Numa outra noite no Club Fafense, o simpático casal facultou-me a dita carta de Camilo, facto que me fascinou. Na verdade, o conteúdo da missiva era de uma riqueza e emotividade inigualáveis, todo ele centrado em José Cardoso Vieira de Castro, outro fafense de referência. A partir daqui, e porque me foi dada permissão para isso, imediatamente pensei em organizar um sarau cultural ali mesmo co Club, para partilhar com os que assim o desejassem as palavras do escritor. Do sonho à realidade passaram apenas dois meses, e dia 1 de Junho, dia em que se comemorava mais um aniversário da morte de Camilo Castelo Branco, um agradável evento cultural fartou de prazer todos os que a ele assistiram, e a quem agradeço a presença.

Num entrelaçado de música, pintura, poesia, o desvendar do conteúdo da dita missiva dirigida ao Sr. Comendador e uma feliz recriação histórica, a que uma frutuosa tertúlia centrada na carta em geral se associou, o Club Fafense encheu-se para viver um momento único. A exposição “Caminhos de Camilo”, gentilmente cedida pela Direção da Escola Secundária de Fafe, e a quem agradeço profundamente, veio a enriquecer ainda mais o momento.

Para este evento, contei com a preciosa ajuda do meu amigo e colega Paulo Teixeira, que comigo partilhou a organização. Sem o seu saber e engenho nada teria sido possível. Também contámos como a colaboração de outros amigos, também ela imprescindível, e a quem agradecemos vivamente: Dr. Artur Coimbra; João Manuel Marques; Sr. Francisco; João Castro; Nelo Lobo (que encarnou magnificamente a figura de Camilo); Sr. Acácio Almeida; Padre Lopes; os professores António Teixeira, José Augusto Gonçalves e Augusto Lemos; AtriuMemória; Jesus Martinho, na parte técnica e fotografia; Prof. J.J. Silva, pela sua orientação e material cedido; o pintor Filipe Sampaio, que teve a amabilidade de partilhar, com todos os presentes, uma das suas belas telas centrada em Camões e onde um excerto da carta de Camilo foi inserido; os jovens músicos Teresa Marinho (violino), Eduardo Teixeira, Alex Fernandes, Simão Silva e Pedro Marques (Saxofone), que foram excelentes no seu desempenho; Dr. Ribeiro, pelo material cedido; o meu aluno Pedro e todos os que participaram na tertúlia. Também aos responsáveis pelo Club Fafense aqui deixamos o nosso obrigado por nos darem permissão para tao solene ato. À Dona Maria Luísa e ao seu marido, agradecemos do fundo do coração a sua amabilidade. Penso que não me esqueci de ninguém. Se isso aconteceu, peço desculpa.

Fafe é uma terra rica em história e cultura, facto que deixa todos os fafenses satisfeitos. Espero, com a ajuda de todos os amigos, continuar a organizar, no Club Fafense ou em outros espaços, encontros e momentos culturais que contribuam para o engrandecer da nossa terra.



Carlos Afonso

3 comentários:

  1. Caro Prof. Afonso nós é que agradecemos a energia e entusiasmo com que brinda Fafe nas suas intervenções culturais. Muito obrigado.

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    1. Muito obrigada pelo belo serão que me proporcionou.

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    2. A minha forma de fazer cultura é vivê-la e partilhá-la. Espero contar com a ajuda de todos os que amam a cultura fafense para continuarmos a imortalizar o que é nosso.
      carlos Afonso

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