quinta-feira, 25 de abril de 2013

O FUTURO DE FAFE TAMBÉM PASSA POR «FAFE DOS BRASILEIROS»



 

 
           Vários são os motivos que me levam a agradecer a Deus a razão do meu continuar no mundo dos vivos. Um desses motivos foi o de me ter permitido continuar a usufruir da minha existência em pleno, depois de, há alguns anos atrás, ter sido vítima por um inconveniente AVC. Na verdade, a minha vida mudou para melhor e passei a olhar, com mais clareza, outros horizontes.

            Às vezes, são as pedras que se nos deparam pela frente que nos levam a escolher outros caminhos. E ainda bem que assim é!

            Foi a partir desta oportunidade que me foi dada que as Jornadas Literárias de Fafe brotaram, construção cultural nascida em 2009, e que, dois anos mais tarde, conduzirá a uma outra grande aposta digna de registo e efeito.

            Se a ideia das Jornadas me foi oferecida numa sala de aula, na Escola Secundária, a ideia de fomentar a iniciativa «Fafe dos Brasileiros» veio à luz do dia, quando numa bela tarde, descendo a escadaria da Casa da Cultura, com o livro de Miguel Monteiro, com um título bem do tamanho de dois continentes e um oceano, debaixo do braço, me foi segredado ao ouvido para continuar o que tinha sido começado. Dali, fui tomar um café à Brasileira, onde, com ajuda de um papel em branco e uma caneta quase gasta, escrevinhei a intenção de colocar no programa das Jornadas Literárias uma nova visão. E foi desta forma que o passado começou a movimentar-se num presente com futuro. Uma minha participação na Rota da Desfolhada, em Várzea Cova, ajudou a definir o que faltava.

            Nos finais do Séc. XIX e princípios do Séc. XX, muitos fafenses fomentaram a demanda entre dois povos, Portugal e o Brasil, numa torna viagem com muitos sucessos. No Séc. XX, 1991, Miguel Monteiro, um homem visionário e com muito querer, colocou em livro histórias e rumos, dando-lhe o único título possível: «Fafe dos Brasileiros». Já no Séc. XXI, e porque tinha de ser assim, tive a sorte de poder dar início a uma outra perspetiva que poderá ir muito longe e imortalizar quem de direito e por necessidade. Comecei, assim, a partir de alicerces bem assentes em factos da história e na lucidez e mestria de Miguel Monteiro, a definir uma outra vertente de Fafe dos Brasileiros.

            Com a ajuda das escolas, freguesias e associações de todo o Concelho e Município, mais um grupo de amigos, tão enlevados pela cultura como eu, a onde branca assomou na praia e foi de ilha em continente e poderá, se os fafenses assim o quiserem, ir até ao fim do mundo. Foi o acreditar numa visão necessária por parte de todo um conjunto de pessoas com alma e crença que conduziu a que novas peças se interligassem ao projeto cultural que se estava a fomentar em Fafe, e que nunca mais tem parado de crescer.

E foi assim que «Fafe dos Brasileiros» se apegou às Jornadas Literárias.

            No ano de 2012, as Jornadas Literárias brilharam no campo cultural de Fafe, atingindo um patamar muito alto. E bem dentro de toda a sua abrangência e transversalidade, «Fafe dos Brasileiros» mostrou os seus princípios, e que foram muito bem entendidos e ovacionados.

O Rei Dom Carlos voltou a Fafe e com ele trouxe uma imensidade de Brasileiros Torna-Viagem. O sucesso do evento ultrapassou todas as expetativas e o que era uma simples confidência, segredada aos meus ouvidos na escadaria da Casa da Cultura, tornou-se numa clareza com forma e feitio.

            Neste ano de 2013, as Jornadas já se iniciaram, em grande, no dia 19 de abril, com muita gente, engenho, pompa e circunstância. O sucesso de todas as iniciativas que se têm vindo a desenvolver ao longo dos dias tem granjeado os aplausos de todo um povo que não se cansa de ver que tem valido a pena trabalhar em prol da cultura fafense. Na verdade, não há palavras para definir o afinco e a disponibilidade de todos os que têm dado o melhor de si para o êxito evidente das Jornadas Literárias de Fafe.

            A partir do dia 26 abril, sexta-feira, a partir das 18h, e ao longo do fim de semana (27 e 28) muitas vão ser os eventos que engrandecerão «Fafe dos Brasileiros»: recriações históricas, mostras etnográficas, Baile de Época, Jogos tradicionais, feiras de época, folclore, festa, muita música, grandes espetáculos, boa gastronomia, alegria, desfiles e muito…muito mais.

            Perante tamanha convicção e desejo de ir muito longe, «Fafe dos Brasileiros» será um excelente meio de promover a cultura. Será um ótimo recurso de difundir as terras de Fafe. Trará muita gente e riqueza a Fafe.
              Podemos então dizer que a cultura surgirá, e de acordo com os desejos de todo um povo, entrelaçada com o turismo e a economia. 
          Para concluir, podemos dizer, com a maior certeza que nos mora na existência, que: «O FUTURO DE FAFE TAMBÉM PASSA POR «FAFE DOS BRASILEIROS».

                                                                                                                      Carlos Afonso

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