domingo, 17 de fevereiro de 2013

PARA FAFE, COM AMOR



FAFE

 

Estendida aos pés dos cinzentos graníticos dos montes,

E coberta por uma imensidade de verdes que a decoram

E lhe emprestam a sua sina,

 Fafe emerge da frescura amena que a afaga,

E mostra, aos silêncios que lhe estendem o seu manto,

 A verdade de uma terra que não morre,

E as certezas de que o céu é a mansão dos seus heróis.

 

Abrigada dos ventos que não param,

E voltada para um futuro que se lhe oferece,

 Fafe recebe da pureza das velhas carvalhas,

Onde esbarram as friezas invernais,

A vida de um povo marcado pela seiva gloriosa dos sonhos

 E pelas conquistas gravadas, nas paredes da sua história.

 

Apelidada da sala de visitas do Minho

E atenta ao andar das águas, que os rios levam para o mar,

Este amor de cidade aceita, na sinceridade das suas ruas

E na simpatia dos seus usos,

O passo das muitas gentes

Que queiram sentir o pulsar das nascentes virginais

E a franqueza jovial do esvoaçar das aves

Por entre pauis e pinheirais.

 

Agarrada à franqueza que lhe corre na alma sedenta

E imersa na riqueza que alinda a sua memória,

Fafe esparge o perfume poético dos jardins,

E convida o coração dos caminhantes a saborear e a sentir

Os encantos de uma terra, onde a lenda da sua justiça

E a doçura das suas cavacas

Acalentam a sua perene existência. 
 
 
Carlos Afonso

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