FAFE
Estendida aos pés dos cinzentos
graníticos dos montes,
E coberta por uma imensidade de
verdes que a decoram
E lhe emprestam a sua sina,
Fafe emerge da frescura amena que a afaga,
E mostra, aos silêncios que lhe
estendem o seu manto,
A verdade de uma terra que não morre,
E as certezas de que o céu é a mansão
dos seus heróis.
Abrigada dos ventos que não param,
E voltada para um futuro que se lhe
oferece,
Fafe recebe da pureza das velhas carvalhas,
Onde esbarram as friezas invernais,
A vida de um povo marcado pela seiva
gloriosa dos sonhos
E pelas conquistas gravadas, nas paredes da
sua história.
Apelidada da sala de visitas do Minho
E atenta ao andar das águas, que os
rios levam para o mar,
Este amor de cidade aceita, na
sinceridade das suas ruas
E na simpatia dos seus usos,
O passo das muitas gentes
Que queiram sentir o pulsar das
nascentes virginais
E a franqueza jovial do esvoaçar das
aves
Por entre pauis e pinheirais.
Agarrada à franqueza que lhe corre na
alma sedenta
E imersa na riqueza que alinda a sua
memória,
Fafe esparge o perfume poético dos
jardins,
E convida o coração dos caminhantes a
saborear e a sentir
Os encantos de uma terra, onde a
lenda da sua justiça
E a doçura das suas cavacas
Acalentam a sua perene
existência.
Carlos Afonso
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