Às vezes,
são as pedras que se nos deparam pela frente que nos levam a escolher outros
caminhos. E ainda bem que assim é!
Foi a partir
desta oportunidade que me foi dada que as Jornadas Literárias de Fafe brotaram,
construção cultural nascida em 2009, e que, dois anos mais tarde, conduzirá a
uma outra grande aposta digna de registo e efeito.
Se a ideia
das Jornadas me foi oferecida numa sala de aula, na Escola Secundária, a ideia
de fomentar a iniciativa «Fafe dos Brasileiros» veio à luz do dia, quando numa
bela tarde, descendo a escadaria da Casa da Cultura, com o livro de Miguel
Monteiro, com um título bem do tamanho de dois continentes e um oceano, debaixo
do braço, me foi segredado ao ouvido para continuar o que tinha sido começado. Dali,
fui tomar um café à Brasileira, onde, com ajuda de um papel em branco e uma
caneta quase gasta, escrevinhei a intenção de colocar no programa das Jornadas
Literárias uma nova visão. E foi desta forma que o passado começou a
movimentar-se num presente com futuro. Uma minha participação na Rota da
Desfolhada, em Várzea Cova, ajudou a definir o que faltava.
Nos finais
do Séc. XIX e princípios do Séc. XX, muitos fafenses fomentaram a demanda entre
dois povos, Portugal e o Brasil, numa torna viagem com muitos sucessos. No Séc.
XX, 1991, Miguel Monteiro, um homem visionário e com muito querer, colocou em
livro histórias e rumos, dando-lhe o único título possível: «Fafe dos
Brasileiros». Já no Séc. XXI, e porque tinha de ser assim, tive a sorte de
poder dar início a uma outra perspetiva que poderá ir muito longe e imortalizar
quem de direito e por necessidade. Comecei, assim, a partir de alicerces bem
assentes em factos da história e na lucidez e mestria de Miguel Monteiro, a
definir uma outra vertente de Fafe dos Brasileiros.
Com a ajuda
das escolas, freguesias e associações de todo o Concelho e Município, mais um
grupo de amigos, tão enlevados pela cultura como eu, a onde branca assomou na
praia e foi de ilha em continente e poderá, se os fafenses assim o quiserem, ir
até ao fim do mundo. Foi o acreditar numa visão necessária por parte de todo um
conjunto de pessoas com alma e crença que conduziu a que novas peças se
interligassem ao projeto cultural que se estava a fomentar em Fafe, e que nunca
mais tem parado de crescer.
E foi assim que «Fafe dos
Brasileiros» se apegou às Jornadas Literárias.
No ano de
2012, as Jornadas Literárias brilharam no campo cultural de Fafe, atingindo um
patamar muito alto. E bem dentro de toda a sua abrangência e transversalidade, «Fafe
dos Brasileiros» mostrou os seus princípios, e que foram muito bem entendidos e
ovacionados.
O Rei Dom Carlos voltou a Fafe e com
ele trouxe uma imensidade de Brasileiros Torna-Viagem. O sucesso do evento
ultrapassou todas as expetativas e o que era uma simples confidência, segredada
aos meus ouvidos na escadaria da Casa da Cultura, tornou-se numa clareza com
forma e feitio.
Neste ano de
2013, as Jornadas já se iniciaram, em grande, no dia 19 de abril, com muita gente,
engenho, pompa e circunstância. O sucesso de todas as iniciativas que se têm vindo
a desenvolver ao longo dos dias tem granjeado os aplausos de todo um povo que
não se cansa de ver que tem valido a pena trabalhar em prol da cultura fafense.
Na verdade, não há palavras para definir o afinco e a disponibilidade de todos
os que têm dado o melhor de si para o êxito evidente das Jornadas Literárias de
Fafe.
A partir do
dia 26 abril, sexta-feira, a partir das 18h, e ao longo do fim de semana (27 e
28) muitas vão ser os eventos que engrandecerão «Fafe dos Brasileiros»:
recriações históricas, mostras etnográficas, Baile de Época, Jogos
tradicionais, feiras de época, folclore, festa, muita música, grandes espetáculos,
boa gastronomia, alegria, desfiles e muito…muito mais.
Perante
tamanha convicção e desejo de ir muito longe, «Fafe dos Brasileiros» será um
excelente meio de promover a cultura. Será um ótimo recurso de difundir as
terras de Fafe. Trará muita gente e riqueza a Fafe.
Carlos Afonso
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