Às vezes,
Na frieza dos momentos,
O fundo do desnorte e da pequenez
Aferrolha-nos
Na aspereza da indiferença,
E afoga-nos nas navalhas afiadas dos silêncios.
Mas, e porque os ventos também dormem
E as noites desvanecem nas clarezas das manhãs,
Abramos a vontade ao badalar repetido dos sinos,
Quando, nas noites mais frias,
Nos servem as certezas
De que foi em Dezembro
Que se fez o Natal.
Crentes nos passos duma estrela
E aquecidos pelos afagos simples dum curral,
Sigamos o rumo certo dos reis magos
E espalhemos,
Por entre as palhas secas da discórdia,
As verdades puras desse amor
Que se ergueu das lonjuras santas de Belém.
Sem comentários:
Enviar um comentário