As ruas da Princesa do Lima estavam
condignamente engalanadas. As pessoas estavam completamente integradas no
verdadeiro espírito de Viana, evidência que se constatava nas suas roupas
tradicionais. As camisas bordadas e os lenços típicos eram aos milhares. Os
sorrisos carregados de orgulho e beleza eram incontáveis. A Igreja de Santa
Luzia, bem lá no alto do monte, fazia-se notar por todo o lado, facto que
decorava o casario e as praças com um tom de respeito e fé.
Como era de prever, o evento cultural
foi um esplendor, onde a História de toda uma região se entrelaçava com o
tipicismo, as memórias, a doçaria, a recriação, a música, os trajes, os
bailaricos, os usos e as tradições ao longo dos tempos. Sem sombra de dúvida
que o que os meus olhos presenciaram foi duma dimensão cultural que nos torna
pequenos perante a vontade e a alma do povo de Viana.
Para além das muitas associações
culturais e recreativas da cidade e de todas as freguesias do concelho
participantes nesta mostra etnográfica, e que o fizeram com zelo e saber, tive
o imenso prazer de ver desfilar o Grupo de Bombos de St. Estêvão de Regadas.
Fiquei muito feliz com o facto, pois os nossos fafenses apresentaram-se com
estrondo e muita beleza, ou não fossem eles de uma das aldeias mais ricas em
tradição do concelho de Fafe.
Como eu gostava que um dia Fafe
conseguisse organizar uma mostra idêntica à de Viana! Gente, desejo e tradições
não faltam nas terras de Fafe, como já se pode vislumbrar nas recentes Jornadas
Literárias de Fafe, e mais concretamente na mostra que decorreu no Fafe dos
Brasileiros. Mas penso que ainda conseguimos fazer muito mais e, quem sabe,
igualar Viana do Castelo. Por mim, tudo
farei para que isso aconteça. Por isso, espero que muitos outros fafenses se
juntem a este meu sonho e façamos da nossa terra também um exemplo de cultura e
tradição.
Foi, sem sombra de dúvida, uma tarde
de sábado especial. De facto, Viana do Castelo é rica e única na sua forma de
encarar as memórias e os usos. Mas, se Viana é amor, Fafe é também um amor de
cidade.
Carlos
Afonso
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