sábado, 9 de junho de 2012

É a Hora!...


















Nasci num país repleto de sonhos de mar,

Gerados em almas da cor das manhãs

E presos à imensidade exacta dos séculos…



(Ai… se as aves me emprestassem o seu esvoaçar sem fim

E a cor verde da esperança me cobrisse com o seu manto,

Tecido por mãos que fizeram os muros inquebráveis da história!)



Escutem!... Parece que ouvi gritos ávidos de risos e estrelas…

Será a voz do vento a bater nas velas claras das caravelas?



Não. Os caminhos percorridos por espíritos destruidores de medos

E de névoas sem rosto

Não rompem os portais do tempo…

Só a teimosia dos quereres, iguais aos de Vieira, Pessoa e Camões,

Podem acordar os fazedores da história

E apunhalarem a mesquinhez deste agora sem luz,

Estampado nos nossos olhos parados,

Avivando, de novo, a chama que jaz fria dentro dos corações.



Basta. A noite não pode continuar a crestar o brilho das madrugadas,

Indiferente a um passado repleto de heróis…



Ó Infante sem medo, ó Gama imortal, ó Pedro Álvares Cabral,

Não deixeis roubar as raízes pátrias que engrandecestes…

Firmes como a vontade que vos ata ao leme,

Erguei de novo a espada do império

E apontai no mapa que já foi nosso

O rosto de um novo Portugal

Que é urgente achar.



É a Hora!...





Carlos Afonso

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