quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

FAFE

Estendida aos pés dos cinzentos graníticos dos montes,
E coberta por uma imensidade de verdes que a decoram
E lhe emprestam a sua sina,
Fafe emerge da frescura amena que a afaga,
E mostra, aos silêncios que lhe estendem o seu manto,
A verdade de uma terra que não morre,
E as certezas de que o céu é a mansão dos seus heróis.

Abrigada dos ventos que não param,
E voltada para um futuro que se lhe oferece,
Fafe recebe da pureza das velhas carvalhas,
Onde esbarram as escorregadias friezas invernais,
A vida de um povo marcado pela seiva gloriosa dos sonhos
E pelas conquistas gravadas nas paredes da sua história.

Apelidada da sala de visitas do Minho
E atenta ao andar das águas que os rios levam para o mar,
Este amor de cidade aceita, na sinceridade das suas ruas
E na simpatia dos seus usos,
O passo das muitas gentes que queiram sentir o pulsar das nascentes virginais,
E a franqueza jovial do esvoaçar das aves, por entre pauis e pinheirais.

Agarrada à franqueza que lhe corre na alma sedenta,
E imersa na riqueza que alinda a sua memória,
Fafe esparge o perfume poético dos jardins,
E convida o coração dos caminhantes a saborear e a sentir
Os encantos de uma terra, onde a lenda da sua justiça e a doçura das suas cavacas
Acalentam a sua perene existência.
Carlos Afonso

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