Nasci num país farto em memórias e cores de mar,
Destruidor de Adamastores e de medos sem história.
Como era vasta a vontade desse passado de horizontes!
Hoje, na alma do meu país, perfumada pelas verdades de Abril,
Esvoaçam gaivotas por entre trigais de esperança e céus de névoa,
Assentes num florir por chegar…
E amanhã?
Serão os rios capazes de mergulhar nas certezas dos seus ocasos?
Eu quero seguir por caminhos sérios,
Onde a apatia das curvas não esconda o encanto do sol
E a teimosia dos ventos não apague a verdade dos destinos.
Eu quero aprender a manobrar a imprecisão dos meus passos
E escutar o ensinamento conciso dos livros.
Eu quero que a escola me aponte a plenitude,
O futuro me deseje
E os sonhos dos poetas me movam…
Eu quero que mãos calejadas pelo tempo me mostrem a sua força
E me puxem para cima…
Escutem.
Não me façam esperar.
Emprestem-me firmezas.
Dêem-me respostas com sentido.
Como seria bom crescer por entre madrugadas
Que sabem sentir o acordar dos risos,
Tocar na clareza dos olhares
E dar um beijo no rosto!
C. A.
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